Livro: Ensinando música musicalmente

Olá! Ensinando música musicalmente, do educador musical Keith Swanwick, é uma referência. Nas oficinas de musicalização para crianças, planejamos as aulas usando o modelo TECLA (Técnica – Execução – Composição – Literatura – Apreciação), criado por ele. Peguei o livro para ler e li quase inteiro nos momentos vagos durante os dias em que trabalhei como fiscal no vestibular.

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Só agora vi que o foco me deixou na mão de novo… e já devolvi o livro

O começo do livro é bastante teórico e filosófico, ele fala sobre o que é metáfora, como a música funciona como metáfora, o significado da música… Depois fala sobre qual deve ser o foco na educação musical e a subcultura da música escolar. Entre outras coisas, afirma que não deve haver uma divisão entre música e música “de escola”, música feita para crianças e adolescentes tocarem. É aí que, pra mim, o livro fica mais interessante. Na sequência ele fala dos princípios da educação musical, que seriam os seguintes:

  • Primeiro princípio: considerar a música como discurso
  • Segundo princípio: considerar o discurso musical dos alunos
  • Terceiro princípio: fluência no início e no final

Sou uma grande entusiasta do segundo princípio. É importante levar em consideração a bagagem musical dos alunos, o que eles ouvem e do que eles gostam. Não tem como chegar numa turma que nunca teve aula de música e colocar pra tocar Beethoven, né? Não se trata de passar apenas aquilo que os alunos querem, pois senão não haverá acréscimo nenhum também, mas deve-se fazer uma espécie de diálogo musical.

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Swanwick dá exemplos de como trabalhar esses princípios e fala também sobre como e por que avaliar musicalmente, separando em níveis de entendimento. A avaliação musical também é bastante controversa, por ser muito abstrata e subjetiva.

Por fim, coloco uma citação dele.

“Discurso – conversação musical -, por definição, não pode ser nunca um monólogo. Cada aluno traz consigo um domńio de compreensão musical quando chega a nossas instituições educacionais. Não os introduzimos na música; eles são bem familiarizados com ela, embora não a tenham submetido aos vários métodos de análise que pensamos ser importantes para seu desenvolvimento futuro. Temos de estar conscientes do desenvolvimento e da autonomia do aluno, respeitar o que o psicólogo Jerome Bruner chama de ‘as energias naturais que sustentam a aprendizagem espontânea’: curiosidade; desejo de ser competente; querer imitar outros; necessidade de interagir socialmente. Não podemos nos eximir de compreender tudo o que está envolvido com esses aspectos.”

Detalhes do livro no skoob

Até mais!

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