Olá, o post de hoje é sobre um livro que peguei por acaso na biblioteca (vivo fazendo isso) e que se revelou uma surpresa muito boa! Recomendo para todos os músicos! Vou falar um pouquinho sobre ele e colocar algumas citações para incentivar a leitura. (só é difícil escolher as citações, porque todos os capítulos são excelentes)
A autora, Marcia Kazue Kodama, escreve de um jeito simples e com várias analogias; ou seja, apesar do livro ter algumas explicações técnicas, é gostoso de ler. Ele aponta vários fatos que talvez já tenhamos percebido intuitivamente ao estudar, e explica o porquê deles. Professora Marcia é pianista, portanto alguns trechos do livro são voltados para esse instrumento. Mas ela contou com a colaboração de professores de outros instrumentos, por isso o livro é voltado para todos.
“Tocar um instrumento musical não é nada fácil. Para se ter uma ideia, tocar piano é uma das atividades humanas que utiliza mais neurônios simultaneamente; ou seja, quando tocamos piano, precisamos saber as notas, os ritmos, os dedilhados, a localização das notas no instrumento, as articulações, sem contar a necessidade da coordenação motora entre as mãos e os pés, do reflexo, do pensamento rápido, leitura da partitura, audição do resultado sonoro, além de vários outros aspectos.“
O livro é separado em capítulos que tratam da concentração, memorização, o estudo “versus” prazer ao tocar, técnica versus musicalidade, emoção e aprendizado, paciência, fatores que influenciam a concentração, o estudo e a performance… Depois de todos esses capítulos, que têm explicações e dicas, o foco se torna sugestões para o estudo em si. Estudo de leitura, estudo rítmico, estudo de percepção e harmonia, análise, estudo de técnica, estudo de interpretação… é muita coisa pra estudar!
“Existem muitas maneiras de estudar sentindo prazer; e tocar “sem esquentar a cabeça” é uma delas. Mas se tocarmos apenas “curtindo” a música, sem trabalhá-la, com o tempo isso perderá a graça, pois não haverá uma evolução, só a mesmice; por isso, tocar “curtindo numa boa” é bom e necessário, pois desenvolve a espontaneidade musical. Mas se só isso for feito, o tocar se tornará cansativo, enjoativo e sem graça.”
Uma das sugestões, por exemplo, é deixar um papel por perto quando for estudar, e sempre que algum pensamento não relacionado ao estudo aparecer, você anota no papel. Por exemplo, você está tocando uma peça e de repente lembra “Nossa! Precisava ligar pra Fulana mais tarde…”. Aí você escreve isso no papel e pode tirar esse pensamento da cabeça, pra se dedicar somente aos estudos. Isso é algo que eu costumo fazer, sempre ando com minha agenda e sempre que lembro de algo que preciso fazer, escrevo nela. O ponto é que é importante se concentrar nos estudos. Não adianta nada pegar o instrumento se você estiver preocupado ou distraído com algum problema ou atividade que precisa realizar depois, o estudo não vai render.
“Estudar uma música difícil, só tocando rápido, é tão improdutivo quanto pegar um texto em inglês, que apresenta várias palavras e estruturas desconhecidas pelo estudante e ficar só lendo rápido. O resultado desse estudo será o não entendimento do texto, uma pronúncia enrolada, a não compreensão da estrutura gramatical, a não memorização do vocabulário, apenas uma angústia provocada pela impotência perante a dificuldade do texto.“
Enfim, vou apenas reforçar mais uma vez que este é um livro super recomendadíssimo! Para alunos que fazem aula, músicos autodidatas e professores! Vale muito a pena ler!
o livro que peguei foi uma doação pra biblioteca da Unicamp! ❤
Ola! Aonde posso encontrar este livro? Eu já procurei e não encontrei.
Oi, Edilson. É provável que o livro não seja mais reimpresso, por isso deve ser mesmo difícil achar.
Você pode encontrá-lo em bibliotecas. Talvez procurando em sebos consiga encontrar.